Teixeira: Pastor Jader Pereira escreve carta sobre sua luta contra demência e faz apelo

O pastor batista e comunicador Jader Alves Pereira, conhecido por sua atuação religiosa e trabalho no rádio em Teixeira de Freitas e região, escreveu uma emocionante carta aberta em que compartilha sua atual batalha contra a demência, possivelmente decorrente do Alzheimer. Aos que o conhecem há décadas por sua dedicação ao evangelho e à comunicação, o relato do pastor tem mobilizado sentimentos e reflexões sobre fé, fragilidade humana e solidariedade.
Na carta, escrita com lucidez e profunda honestidade, Jader revela que sua saúde tem se agravado progressivamente após múltiplos Acidentes Vasculares Cerebrais (AVCs) e episódios de desmaio. “Os dias têm sido longos e pesados. Meu corpo já não responde como antes, e minha mente, por vezes, me trai”, desabafa ele.
Com uma trajetória marcada pelo serviço à comunidade, o pastor relembra sua atuação como líder religioso e comunicador, afirmando ter vivido sua missão com alegria e entrega. “Preguei o amor, a esperança e a salvação. Como radialista, levei mensagens de fé aos lares de tantos”, destaca.
Diante do cenário delicado, Jader faz um apelo por ajuda. Os custos com medicamentos e cuidados diários têm sido altos, e sua esposa, Leia Victer Pereira, tem assumido sozinha a rotina de cuidados. A carta convida aqueles que se sentirem tocados a contribuir com qualquer quantia via Pix para auxiliar nas despesas. A chave para doações é o número de telefone da esposa: 📱 73999420525 (Leia Victer Pereira).
Confira, na íntegra, a carta aberta escrita por Jader Alves Pereira:
Carta aberta
por Jader Alves Pereira
Escrevo estas palavras com o pouco de força que ainda me resta. Não sei se esta será a última vez que me dirijo a vocês, mas sinto no coração que preciso falar, com sinceridade e fé, sobre tudo o que tenho vivido.
Os dias têm sido longos e pesados. Meu corpo já não responde como antes, e minha mente, por vezes, me trai — confunde rostos, embaralha memórias, desfaz o que antes era tão claro para mim. Após tantos AVCs e desmaios, recebi o diagnóstico de demência. Os médicos dizem que talvez seja Alzheimer, mas, na prática, o nome pouco importa: cada dia tem sido uma batalha para lembrar quem sou, onde estou, e o que vivi.
Passei minha vida servindo. Como pastor batista, preguei o amor, a esperança e a salvação. Como radialista, levei mensagens de fé aos lares de tantos. Fiz isso com alegria, com entrega, com a certeza de que estava cumprindo um propósito. Nunca imaginei que meu final seria assim: dependente, frágil, limitado.
Mas o que mais me dói, mais do que a doença, é o silêncio de alguns que um dia chamei de irmãos. Pessoas próximas, que caminharam comigo, que partilharam da minha mesa e da minha fé, hoje se afastaram. E eu entendo — a vida segue, as preocupações são muitas. Mas confesso: a solidão tem sido um companheiro cruel.
A vida é mesmo efêmera, como diz a Palavra:
“O homem é semelhante à vaidade; os seus dias são como a sombra que passa.” (Salmos 144:4)
Hoje compreendo essa verdade como nunca antes. Aquilo que parecia sólido, eterno, desaparece como névoa ao amanhecer.
Não escrevo isso para me queixar, mas para tocar o coração de quem ainda pode estender a mão. A doença exige muito — física, emocional e financeiramente. Os remédios são caros, os cuidados são constantes. Minha esposa, Leia, tem sido incansável, mas não pode carregar tudo sozinha.
Se o Senhor tocar o seu coração, e você desejar ajudar de alguma forma, é possível contribuir com qualquer valor por meio do Pix. A chave é o número de telefone da minha esposa:
📱 73999420525 (Leia Victer Pereira)
Toda doação é uma bênção, e será recebida com gratidão e oração. Que Deus recompense com graça e multiplicação cada gesto de solidariedade.
Estou em paz. Sei que minha partida se aproxima, mas também sei para onde vou. O Senhor, a quem servi durante toda a minha vida, não me abandonará agora.
“Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé.” (2 Timóteo 4:7)
Que o amor de Cristo inunde seus corações. E que, se este for o meu último recado, saibam que lhes sou grato — pela amizade, pelo carinho, e por tudo o que vivemos.
Com amor e fé,
Jader Alves Pereira