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Teixeira: o homem que matou uma onça para alimentar a família

09/12/2019 - 15h32Por: Sulbahianews/Siara Oliveira

O Sulbahianews traz nesta semana no editorial de Fatos Históricos, uma situação curiosa que aconteceu em Teixeira de Freitas há muito tempo na Fazenda ‘Deus Quem Sabe’, do senhor Arnaldo dos Santos, que hoje tem 96 anos.

O senhor Arnaldo é casado com Antônia Maria da Conceição, com quem teve 13 filhos. Quando jovem, ele foi um reconhecido produtor, dono de muitas terras, onde funcionava engenho de cachaça, plantação de mandioca, milho e feijão, além de ser na época, um forte produtor de farinha.

A Fazenda ‘Deus Quem Sabe’ ficava nas proximidades do Córrego Mutum, onde hoje se concentra uma grande quantidade de casas financiadas pela Caixa Econômica Federal.

O Córrego era abundante e fornecia alimento para as famílias próximas que viviam também da caça de animais.

A família do senhor Arnaldo, além de viver das plantações e da troca de alimentos naquela época, também consumia animais do mato, já que o chefe da casa era um excelente caçador.

Dentre as muitas caças, segundo relato dos familiares, o senhor Arnaldo chegou a matar macacos, cachorros do mato e uma onça pintada.

A sua filha, Sirlene Maria Conceição, lembra que tinha ao menos 7 anos nesta época, quando seu pai chegou com uma onça morta, grande, que parecia um bezerro.

Ela conta que ouviu relatos de seu pai, que os cachorros acuaram a onça e ela subiu numa árvore. Com uma espingarda, ele atirou e o animal machucado, desceu.

Já no chão, ele terminou de matar a onça com um facão e a arrastou até a sua propriedade, onde junto com sua esposa e os filhos mais velhos, tiraram o couro e assaram a carne. A onça foi a refeição daquela família durante alguns dias.

“Eu ainda consigo me lembrar da pele da onça. Hoje, matar esse tipo de animal é crime, mas naquela época não sabíamos de nada e não tinha uma lei ou fiscalização”, contou.

Para dar o sustento a família, o senhor Arnaldo saía de noite com um facho, um coador, e só retornava no outro dia com muitos peixes, entre eles o conhecido beré, traíra, e algumas vezes com robalos e curimatã.

Assim permaneceu por alguns anos, até que o fazendeiro se desfez de suas terras e veio morar no perímetro urbano, mas essa história você só vai ficar sabendo no próximo editorial, que contará mais um pouco mais sobre a família do senhor Arnaldo.


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Fatos Históricos

Domingos Cajueiro Correia, de 65 anos, é o primeiro policial rodoviário a se formar no município. Ele faz parte de uma família que leva consigo a história de Teixeira de Freitas, desde quando era um pequeno povoado até a sua criação, e que contribuiu para o desenvolvimento do município. Hoje, além de atuar nas rodovias, ele dedica seu tempo para contar relatos narrados por seus familiares. Aproveitem este espaço que vai mostrar curiosidades que muitos teixeirenses desconhecem.

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