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Teixeira de Freitas – Ciro Barcelos encena espetáculo na Bahia

15/06/2009 - 10h05Por: 5

A história de Ciro Barcelos se inicia aos seis anos de idade, quando em Porto Alegre (RS) ganhou de seus pais sua primeira sanfona, com a qual se sentava na soleira de sua casa tocando e encantando a todos. Estudou acordeão e violão até os 17 anos de idade, e no início dos anos 70 decide sair de casa para seguir o inesquecível Circo Hyppie da peça “Hair”. Logo em seguida, Ciro conhece o bailarino americano Lennie Dale, com quem  iniciou seus estudos de dança e trabalhou durante 20 anos. Juntos formaram o Dzi Croquettes, e ensinaram toda uma geração a dançar o modern-jazz, popularizando e instigando a juventude a romper tabus e preconceitos, em plena ditadura militar. Convidados a se retirarem do país, Ciro parte para a França com o grupo Dzi, e em Paris explodem num grande sucesso apadrinhados por Liza Minelli e assistidos por grandes estrelas como Mick Jagger, Rudolf Nureyev, David Bowie, Andy Warhol e tantos outros. 

Em Paris, onde viveu por oito anos, dedica-se aos estudos de dança, integrando várias companhias renomadas, como a Félix Blaska Modern Dance, Pina Bausch, Peter Goss, Joseph Rossillo e Maurice Béjart. Convidado pelo cineasta francês Claude Lelouche, ingressa no cinema atuando ao lado de Marlene Jobert e Jaques Dutronc, e logo após faz participação em “Lady Oscar”, com o também cineasta Jaques Demy. Estreia cantando em show de MPB na boite “Rive Gauche”, onde faz temporada de seis meses, e sai contratado para fazer o mega show de abertura de verão da cidade. 
Sempre cantando e dançando, muda-se para a Espanha onde inicia seus estudos de dança flamenca com Antonio Gades, e vem a integrar a trupe de Flamenco do Tablado “Los Tarantos”, ao lado da veterana Maruja Garrido, na cidade de Barcelona. De volta ao Brasil em 1981, coreografa programas musicais para a TV Globo, shows de cantores como Ney Matogrosso (show “Homem com H”) e funda a sua própria companhia de dança, o “Balé do Terceiro Mundo”, que dirige durante oito anos recebendo elogios da crítica nacional, causando polêmicas pelo caráter inovador e transgressor de suas coreografias, e colecionando títulos como: “Jean Genet de sapatilhas”, conferido pelo crítico Luis Sorel do Jornal “O Globo”, “O iconoclasta da dança”, “L’enfant terrible” e “O Rebelde Dançante”. Entre seus balés de maior sucesso,  “Canibais Eróticos” provocou e fascinou a todos. Contratado pelo empresário Abelardo Figueiredo, assume a direção coreográfica da casa de espetáculos “Palladium Eldorado”, em São Paulo. 
Em parceria com o carnavalesco Oswaldo Jardim, em 1987, inova no carnaval carioca substituindo o estilo tradicional das comissões de frente pelas coreografias elaboradas e executadas por bailarinos na Escola de Samba Vila Isabel, com a qual arrebatou o Estandarte de Ouro. Nos anos seguintes, coreografa para Mangueira, Mocidade Independente de Padre Miguel, Portela e Império Serrano. Conhecido pela sua multiplicidade artística e rigor técnico, Ciro inspira-se nas suas experiências de vida e busca espiritual, criando e produzindo espetáculos como: “Jesus, o mistério do amor”, em parceria com Camila Amado, “Circumano”, e seu grande sucesso “Francisco de Assis”, o qual permaneceu dez anos em cartaz apresentando-se no Brasil e Itália, e bateu o recorde nacional de um milhão de espectadores, tornando-se um fenômeno de bilheteria.
No ano de 2004, cria e protagoniza “Eco-Show”, um protesto contra a devastação da natureza, que teve sua estreia em Roma no Encontro Internacional do Meio Ambiente. Dedicou-se em demasia à concepção de mais um espetáculo “Lennie Dale – um show de bossa”, em homenagem a seu mestre, nos 50 anos da Bossa Nova. 
Em 2008, concebe e protagoniza o espetáculo “Santo Antonio do Brasil”, para as comemorações de 400 anos do Convento de Santo Antonio, no Largo da Carioca, no Rio de Janeiro. Ciro trabalha atualmente na conclusão de seu mais novo espetáculo: Auto de São Benedito, que tem como locação o município de Helvécia (BA). 

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