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Teixeira 40 anos: 5º episódio da série ‘Ateliê Memória’, resgata histórias dos córregos que marcaram a origem da cidade

06/05/2025 - 17h14Por: Sulbahianews

O quinto episódio da série documental “Ateliê Memória – De volta à história de Teixeira de Freitas” mergulha nas lembranças de um tempo em que a cidade ainda era apenas um povoado, revelando histórias pouco conhecidas, porém carregadas de significado, sobre os córregos que atravessavam a região nas décadas de 1930, 1940 e 1950.

A narrativa é guiada por Domingos Cajueiro Correia, primeiro policial rodoviário federal da cidade e filho de Isael de Freitas Correia, um dos pioneiros do município. Domingos compartilha relatos transmitidos por seu pai, falecido aos 95 anos, e resgata as memórias que ajudam a compor a identidade cultural e geográfica de Teixeira de Freitas.

Entre os destaques do episódio, está o Córrego do Lava-Pés, localizado no atual bairro Tancredo Neves. Segundo Domingos, nas décadas passadas, era comum que moradores de Rancho Alegre, Zona da Mata e comunidades vizinhas seguissem a pé para festas na sede do povoado. A vegetação local, especialmente a samambaia, cobria os caminhos de poeira, fazendo com que os visitantes precisassem lavar os pés ao atravessar o córrego — o que deu origem ao nome carinhoso e simbólico.

Outro curso d’água com forte presença na história local é o Córrego da Charqueada, também conhecido como Córrego da Preguiça. Ele nasce na Estância Biquíni, passa pela base conhecida como Biquinha e deságua no Rio Itanhém, nas proximidades da antiga fazenda de Wilson Brito, perto do atual Clube Floresta.

O episódio ainda destaca o Córrego do Jabuti, localizado na antiga Fazenda Nova América, hoje região do bairro Caminho do Mar 2. Segundo relatos, o local abrigava uma lagoa cercada de jabutis, fato que originou o nome peculiar.

Por fim, o documentário relembra o Córrego Água Vermelha, também conhecido como Córrego da Jussara, nascido no pântano da Casa Grande, nas imediações da Igreja de Santo Antônio. A coloração avermelhada de suas águas era atribuída tanto às folhas da vegetação que caíam na lagoa quanto ao fruto maduro do coqueiro jussara, muito comum na região.

Com riqueza de detalhes e emoção nas palavras, Domingos Cajueiro dá voz à história oral que atravessa gerações e que agora ganha registro audiovisual para as futuras. O episódio é um convite ao reconhecimento das raízes e à valorização do que um dia foi essencial para a formação da cidade que hoje se vê em constante crescimento.