Suzane von Richthofen é excluída oficialmente da herança dos pais

Suzane Louise von Richthofen foi excluída da herança dos pais pela Justiça de São Paulo. A decisão foi oficializada no dia 12 de março e, agora, apenas Andreas Albert von Richthofen, irmão de Suzane, terá direito a todo os bens deixados por Manfred e Marísia. Atualmente, o patrimônio da família está avaliado em R$ 10 milhões, segundo o portal G1.
Para o juiz da 1ª Vara da Família e Sucessões, José Ernesto de Souza Bittencourt Rodrigues, Suzane não pode ser beneficiada com os bens dos pais “por indignidade” e, por isso, o “único herdeiro remanescente, Andreas Albert von Richthofen” deverá ser titular do patrimônio. Ele já havia tomado essa decisão em 2011 e somente agora foi oficializada.
No ano passado Suzane teria dispensado a herança dos pais, mas entrou com um pedido para receber pensão alimentícia, que foi negado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).Manfred e Marísia von Richthofen foram mortos em 2002.
Na época, com 19 anos, Suzane planejou e simulou, juntamente com Daniel e Christian Cravinhos, um latrocínio para ficar com a herança dos pais. Suzane namorava com Daniel e os dois foram condenados a 39 anos e 6 meses. Os irmãos Cravinhos cumprem a pena em regime semiaberto. Já Suzane, preferiu continuar em regime fechado na Penitenciária de Tremembé.

Em entrevista ao apresentador Gugu Liberato, Suzane contou como conheceu Daniel e admitiu ter passado a consumir drogas quando estava com o então namorado.
“Ele era instrutor de aeromodelismo do irmão e foi minha mãe que me apresentou a ele. Fomos nos aproximando aos poucos e começamos a namorar. Minha mãe não gostava dele. No começo, sim, como amigo, instrutor, mas não como meu namorado, não como alguém para fazer parte da minha vida. Quando o relacionamento começou a ficar sério, ela passou a conhecê-lo. Quem era o Daniel, a vida dele em si. E ela passou a não gostar mais, ela me dizia que ele ia me levar para o buraco, eu não acreditava. Começou a cortar o relacionamento e eu comecei a namorar escondido com ele”, contou.
Suzane conta que se apaixonou por Daniel porque ele a apresentou a uma vida completamente diferente da que ela tinha em casa. “Minha casa era toda certinha, hora de almoçar, jantar, dormir, todo mundo junto, só podia sair sexta e sábado. Tudo certinho. toda regrada e ele me apresentou uma vida completamente diferente, não tinha hora para chegar, sair. Uma vida do “tudo pode”. De repente conheci uma vida que era livre. Ao lado dele, me sentia livre. Mas era mentira. Eu não era livre”.
Sobre o crime, ela negou ter sido a mentora. “Não é verdade. Uma cabeça só não pensa em tudo. É uma junção de tudo, concorrência de ideias. Eu fiz parte, mas os três bolaram aquilo. Eu acho que o Cristian sabia menos da situação, mas infelizmente tanto o Daniel quanto eu temos culpa nessa parte. Isso é uma coisa que não tem como esquecer, não fazer parte. Faz parte da minha vida, da minha história e eu me arrependo”, lamentou.
Recentemente, o irmão de Suzane quebrou um silêncio de 12 anos e comentou o crime. Ele conversou com repórter da Rádio Estadão e também falou das acusações de que o pai, ex-funcionário do Desenvolvimento Rodoviário S/A (Dersa), teria desviado dinheiro da estatal. Ele divulgou uma carta ao procurador de Justiça Nadir de Campos Júnior pedindo esclarecimentos sobre as acusações. O conteúdo foi divulgado pelo site do Estadão.
No texto, ele chama a irmã e os Cravinhos de “esses três assassinos”. “Entendo que sua raiva e indignação para com estes três assassinos seja imensa e muito da sociedade compartilha esse sentimento. E eu também. É nojento”, escreve Andreas.