Entenda

Rua Mauá: A famosa “Rua do Brega” e os restos mortais dos pioneiros

28/05/2022 - 17h00Por: Sulbahianews/Siara Oliveira

A rua Mauá, também conhecida como ‘a Rua do Brega’, localizada na região central de Teixeira de Freitas, é uma das mais antigas da cidade, mas nem sempre a via teve esse nome.

A rua Mauá surgiu na década de 50, quando foi iniciada a exploração de madeira pela empresa de Euleuzibio Cunha, empreendimento que financiou a abertura da estrada que ligava o local a Barcelona, distrito de Caravelas, e Santa Luzia, em Nova Viçosa.

Na época, com a abertura da estrada dando acesso ainda a Água Fria, hoje conhecida como Medeiros Neto, comerciantes de diversos locais chegavam montados a cavalos, procuravam um local para se hospedar e se divertir durante sua estadia no povoado, foi quando uma mulher criou o ‘Café das Flores’, na rua Afonso Pena, hoje intitulada rua Mauá.

O ‘Café das Flores’, na verdade, era um bar que atendia os clientes que queriam beber e se divertir com as ‘florzinhas’, como eram chamadas as garotas de programa. Naquela época, não tinham muitas mulheres para esse tipo de serviço, então, uma ou duas atendiam os homens.

A rua era praticamente fechada para as ‘noitadas’ dos forasteiros que periodicamente visitavam a cidade.

O ‘Café das Flores’ durou até os meados de 1975, quando começou a surgir os primeiros pontos comerciais. Por volta de 1980, toda aquela região passou a ser uma área residencial, restando apenas uma casa, onde até os dias atuais funciona como bar ao lado de outros pontos comerciais.

O cemitério escondido

Mais tarde, quando o pequeno povoado começou a se desenvolver, moradores construíram um cemitério na região central, na rua Afonso Pena, hoje, rua Mauá. Esta área foi cedida pelo Sr. Hermenegildo Félix Almeida, um dos pioneiros da cidade.

Pelo menos 100 sepultamentos foram realizados naquela localidade, hoje, nas proximidades do Hotel Pioneiro, mas, com o desenvolvimento do povoado, o cemitério precisou ser soterrado.

Casas foram construídas nesta região. Reza a lenda que durante uma construção, foi encontrado um crânio humano. Boa parte dos moradores desta região moram em cima dos restos mortais dos pioneiros da cidade.

Em 1968, foi construído um cemitério mais moderno, na avenida São Paulo, o Cemitério Jardim da Saudade, hoje conhecido como “Cemitério Velho”, e um dos problemas do povoado foi solucionado.


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Coluna
Fatos Históricos

Domingos Cajueiro Correia, de 65 anos, é o primeiro policial rodoviário a se formar no município. Ele faz parte de uma família que leva consigo a história de Teixeira de Freitas, desde quando era um pequeno povoado até a sua criação, e que contribuiu para o desenvolvimento do município. Hoje, além de atuar nas rodovias, ele dedica seu tempo para contar relatos narrados por seus familiares. Aproveitem este espaço que vai mostrar curiosidades que muitos teixeirenses desconhecem.

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