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Polêmica: Diretoria do SINTREXBEM é acusada de dificultar registro de chapa opositora

01/11/2018 - 14h39Por: Sulbahianews

O SINTREXBEM, que tem como presidente Silvano Oliveira, representa os trabalhadores no segmento da silvicultura, no plantio, tratos culturais, extração e beneficiamento da madeira em atividades florestais e indústria moveleira do extremo sul da Bahia.

Os diretores são responsáveis por fiscalizar e garantir o cumprimento do Acordo Coletivo de Trabalho e das boas condições de labor nas empresas. E, ainda, estimulam a participação dos trabalhadores nas Comissões Internas de Prevenção de Acidentes (CIPAS) e acompanham o processo eleitoral.

A polêmica em torno da eleição para a escolha da nova diretoria começou ainda em setembro, data limite para o registro da chapa. David Loyola, candidato de oposição à atual diretoria, questiona a forma como o presidente do sindicato vem conduzindo o processo. Segundo David Loyola, são claras as tentativas de dificultar o registro da chapa: “Eles colocaram um dia não útil para o registro da chapa e ainda divulgaram o edital em um jornal impresso que não circula na base territorial do sindicato”, disse ele.

David Loyola ainda conta que mesmo vencendo a barreira do pouco espaço de tempo e entregando o pedido de homologação da chapa dentro do prazo, o sindicato passou a exigir documentos que não constavam no edital: “Chegamos dentro do prazo, levamos registros e todos os vinte e dois nomes, a secretária não quis receber, com o auxílio do Silvano, o que é uma interferência ilegal, pois esse não seria o papel do presidente e sim do conselho eleitoral, que, por incrível que pareça, ainda não existia”, esclarece David Loyola.

Diante das dificuldades e na exigência de mais documentos, a chapa resolveu chamar um tabelião para registrar o fato e, na sequência, procuraram a Delegacia de Polícia para fazer um boletim de ocorrência. Com o boletim em mãos, foi dada entrada na justiça do trabalho o pedido de registro da chapa, deferido com multa diária de mil reais caso o sindicato não cumprisse a liminar.

David Loyola conta que no dia 3 de outubro retornou ao sindicato acompanhado de um oficial de justiça e mesmo assim não quiseram registrar a chapa, preferindo pagar a multa diária de mil reais: “Só queríamos naquele momento registrar a nossa chapa, já que é visível que os trabalhadores já não se sentem mais representados por essa atual gestão”, completou David.

A situação chegou em Eunápolis, onde ocorreu uma mediação no Ministério Público do Trabalho, e, junto às partes, foi definida a aceitação do registro e a definição do processo eleitoral. Cada chapa teria direito a mesários e fiscais por iguais.

Depois de tudo acordado, David Loyola conta que recebeu com surpresa em sua residência o pedido de impugnação de dez nomes de trabalhadores registrados em sua chapa: “Recebo com supressa esses pedidos de impugnação que chegam de forma desonesta, porque quem tem que provar que elas não estão aptas é o sindicato e não veio nenhuma prova anexada aos pedidos. E quem acusa tem o ônus da prova”, respondeu David.

ACUSAÇÕES

Fabiolando Costa, um ex-membro do sindicato, no programa de rádio Comando Geral, apresentado por Fernando Moulin, acusou nessa última segunda-feira, 29 de outubro, o presidente do SINTREXBEM, Silvano Oliveira, de superfaturar notas na compra de sacos de cimentos a um valor de vinte e quatro reais no ano de 2016 sem cotação de preços. Hoje, o preço médio do cimento gira em torno de vinte reais.

Fabiolando também acusa Silvano Oliveira de ter movimentado sem o conhecimento dos demais membros o valor de cento e quatro mil reais da conta do Sindicato. Segundo Fabiolando, isso jamais poderia ter ocorrido sem a convocação de uma assembleia.

SILVANO CONTESTA ACUSAÇÕES

O atual presidente do SINTREXBEM, Silvano, diz que em relação ao registro da chapa, vários trabalhadores filiados contestaram alguns nomes que estavam compondo a chapa alegando inadimplência e, portanto, não estariam aptos à concorrerem no atual pleito. Silvano ainda diz não ter interferido nessa questão, pois é algo de competência da comissão eleitoral: “Não interferi, mas os trabalhadores não aceitaram alguns nomes, inclusive o de David Loyola, que ficou muito tempo sem contribuir, pois ele esteve na gestão municipal passada, não sei se de forma voluntária, mas nesse período ele não contribuiu com o sindicato”, alegou Silvano.

Já as denúncias do Fabiolando, Silvano diz que há muito tempo ele já não faz mais parte do sindicato, que foi feito um acordo com a Suzano e ele desconhece o mesmo. Silvano ainda rebate as acusações de notas superfaturadas: “Em relação à compra de cimentos no valor de vinte e quatro reais, mostrando nota, de fato compramos em maio de 2016 nesse valor e também no valor de vinte e três reais, pois cimento tem uma variação de preço muito grande e na rádio ele disse que era dezoito reais”, disse Silvano.

Silvano alega ainda, que as acusações não passam de denuncismo eleitoreiro, já que ele está fazendo parte da articulação da outra chapa: “Essa denúncia precisa ser analisada com cuidado, pois não é uma acusação que atinge somente a minha pessoa, mas os nomes dos demais trabalhadores representantes do sindicato e os donos desses estabelecimentos comerciais” respondeu.

Outra acusação que Silvano contesta é sobre a transferência de valores das contas do sindicato para outra conta desconhecida. Segundo ele, o sindicato tem somente duas contas bancárias na Caixa e está disposto a mostrar em extrato que não houve nenhuma transferência: “A única coisa que ocorreu nesse período foi uma aplicação oferecida pela gerência da agência e, claro, aceitamos, tanto que até aqui rendeu seis mil reais”, disse.

Silvano disse que já sofreu muitas acusações nesse período de sindicato de que tem fazendas e patrimônios elevados e que está aberto para debater ideias e não acusações: “Quando eu entrei no sindicato eu entrei com um carro, uma casa e um terreno e continuo até hoje com esse patrimônio, pois a minha esposa e eu vivemos do nosso suor”, rebateu.

Silvano finalizou dizendo que respeitou todo o regimento do sindicato para as eleições, inclusive, em relação à publicidade no jornal que sempre foi utilizado para essa divulgação. Outra negativa da chapa, segundo Silvano, foi a apresentação de uma declaração falsa de um trabalhador que não era filiado ao sindicato.

Veja abaixo os documentos envolvidos no caso:


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