Histórias de superação marcam Semana da Pessoa com Deficiência na Suzano em Mucuri
Na semana em que se comemora o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, celebrado oficialmente em 3 de dezembro, a Suzano – empresa referência global na fabricação de bioprodutos desenvolvidos a partir do cultivo de eucalipto – destaca a força de profissionais que se dedicam a construir a história da empresa em Mucuri, no extremo sul da Bahia.
O Analista de Manutenção, Caio Barbosa, de 32 anos, é um exemplo de força e determinação dentro da fábrica. O jovem precisou amputar o braço direito, há cerca de 11 anos, após um acidente de trabalho. No entanto, o que seria um motivo para desistir, foi o impulso para grandes conquistas.
Caio participou de um programa de qualificação da Suzano em 2009 e, em 2011, virou Jovem Aprendiz. Em 2012, foi contratado como Operador Assistente, até que em julho de 2014 tudo mudou. “Sofri um grave acidente de trabalho, em que perdi o braço direito. Foram duas semanas internado, um ano de curativos e, além da amputação, também tive queimaduras graves. Naquele momento, eu tinha duas escolhas: desistir ou lutar. Eu escolhi lutar e, em apenas 15 dias, reaprendi a escrever para não abandonar a faculdade de Engenharia de Produção. Essa decisão salvou minha vida”, relata Caio.
Caio ficou três anos afastado, estudando e se reabilitando. Em 2017, voltou à Suzano como Auxiliar de Planejamento. Em 2022 foi promovido a Analista de Planejamento de Elétrica e Instrumentação. Hoje, ele é Engenheiro de Produção, tem quatro pós-graduações, sendo que está em curso a quinta. É casado há 11 anos, pratica CrossFit, corre e participa de competições. “A atividade física me fortaleceu física e mentalmente”, diz.
Caio lembra que nunca teve uma vida fácil. Ele foi criado pela avó e começou a trabalhar cedo após a morte do avô para ajudar com as despesas de casa. “Minha avó não tinha aposentadoria e cuidava de uma irmã paraplégica. Então eu comecei a trabalhar cedo, vendi picolé, preguei caixas de mamão, tudo para ajudar em casa e comprar meu material escolar. Mas nunca deixei de estudar, pelo contrário, cada dificuldade me ensinou a dar valor à educação”, ressalta.
“Se eu pudesse resumir minha história em duas palavras, seriam: superação e gratidão. Gratidão a Deus, à minha família e às oportunidades que transformaram minha vida. Se eu posso deixar uma mensagem hoje, é que não importa o tamanho do desafio, com fé, coragem e determinação, podemos transformar a dor em força e o sonho em realidade”, completa.
Nanismo não é barreira
A Assistente de Manutenção, Thais Regina Gois, de 30 anos, é fruto das políticas de diversidade da empresa, que oferta, com frequência, vagas de trabalho destinadas a PcD’s. Ela tem nanismo acondroplásico, uma deficiência genética rara que impede o crescimento dos ossos, resultando na baixa estatura.
Thais trabalha na fábrica de Mucuri há mais de 6 anos, afirma que nunca encarou o nanismo como limitação, e conquistou a vaga pela experiência que já tinha na área. “Eu trabalhei por alguns anos numa empresa de silvicultura. Depois, como já tinha experiência no ramo, fiz um processo seletivo com entrevistas e consegui a vaga na Suzano”.
Atualmente vivendo sua primeira gestação, Thais ressalta que a cultura da empresa está sendo fundamental nesse período especial da sua vida. “Como gestante, eu tenho algumas particularidades e preciso de um suporte ainda maior da empresa, e fico muito grata pela atenção e auxílio que os próprios colegas de trabalho me dão. Essa é uma cultura que está intrínseca na Suzano, porque a empresa trabalha muito o tema da diversidade no ambiente de trabalho”, afirma.
Para trabalhar, Thais relata que conta com pequenas adaptações. “Devido ao nanismo, eu sinto dores na articulação do quadril e preciso de alguns ajustes. Uso um suporte para os pés quando estou sentada para manter uma posição ajustada e confortável, e também para alcançar locais altos. Quando preciso ir a área, vou sempre acompanhada, e a minha gestão não me demanda serviços que não posso executar”, explica.
A profissional relata também que o apoio da empresa foi fundamental para realizar um sonho pessoal: tirar a Carteira Nacional de Habilitação. “A CNH para PcD era um desejo antigo, mas eu precisava me deslocar para outra cidade distante. Realizei esse sonho com 2024, após todo o suporte do meu gestor, que ajustou as minhas férias para que eu conseguisse fazer o processo em Feira de Santana e a prova em Salvador. Fico feliz que a empresa também se preocupa com as nossas realizações pessoais”, diz.
Dia Internacional
O Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, comemorado em 3 de dezembro, é uma data proclamada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1992. O objetivo é conscientizar a sociedade sobre os direitos das pessoas com deficiência, promover a dignidade, o bem-estar e o apoio à sua inclusão e participação ativa na sociedade. Em levantamento, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que o Brasil tem 14,4 milhões de pessoas com deficiência (PcD), o que representa 7,3% da população com dois anos ou mais.