História: Timóteo e o irmão Wilson Brito rivalizaram em eleição histórica nos anos 70; ‘Pés de Poeira contra o Homem do Milhão’

Primeiro prefeito de Teixeira de Freitas, eleito por três mandatos, Timóteo Alves de Brito, já quis também, ser chefe do poder Executivo da vizinha Alcobaça.

O ano era 1975 e parte de Teixeira pertencia a Alcobaça e a outra metade a Caravelas, a jornalista Neuza Brizola, que vivenciou aquela época, conta que o marco que assinalava o limite dessa divisão em solo hoje municipalizada, era o Mercado Caravelas, ou seja, ao lado esquerdo da Avenida Getúlio Vargas (sentido ao Hospital Municipal) era pertencente a Caravelas e do lado oposto, o território era alcobacense.

E foi do lado direito, que Timóteo Brito (PDS) e o irmão Wilson Brito (PMDB), protagonizaram a histórica eleição que ficou conhecida como ‘Pés de Poeira contra o Homem do Milhão’.

Sem muitas condições financeiras, os apoiadores de Wilson Brito ficaram conhecidos como ‘pés de poeira’, ainda segundo a jornalista Neuza Brizola que acompanhou o processo eleitoral, eles precisavam pegar carona às margens das rodovias de chão para chegar aos comícios do seu candidato. Na maioria das vezes, chegavam ao local em caminhões com carrocerias abertas, o popular ‘pau-de-arara’.

Já Timóteo, com uma condição financeira bem acima, ficou conhecido como o ‘homem do milhão’. No entanto, essa superioridade econômica não assegurou a vitória ao postulante do PDS, que conheceu a primeira derrota política contra o irmão que somou pouco mais de 1.500 votos de frente, contabilizados na Comarca Eleitoral de Prado.

Reeleição: Wilson impõe nova derrota ao irmão Timóteo

Em 1982, como destaca a edição 253 do jornal Ponto de Vista de Minas, Wilson Brito voltou a derrotar Timóteo Brito pela diferença de 1.479 votos, uma diferença considerada alta, tendo em vista o prestígio que ostentava o candidato Timóteo, na época. Nesta mesma eleição, Wilson fez ainda, maioria na Câmara Municipal de Alcobaça, elegendo 13 vereadores.

O jornal Ponto de Vista de Minas destaca que Wilson venceu tão bem o pleito, que não necessitou da votação dos seus companheiros de sublegenda (Gilberto Cardoso e Fidelcino Oliveira) para garantir a vitória, “Porém, modesto e correto, fez questão de afirmar que a não fora a presença deles na disputa e o PMDB, não teria ganhado o pleito”, destacou o tabloide dos anos 80.