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Força Nacional é autorizada a atuar no Conjunto Penal de Eunápolis após atentado contra diretor e fuga de 16 presos

28/05/2025 - 16h43Por: G1 BA

O Ministério da Justiça e Segurança Pública autorizou o emprego da Força Penal Nacional no Conjunto Penal de Eunápolis, no extremo sul da Bahia. A medida tem duração prevista de 30 dias e foi publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira, 28 de maio.

A operação foi definida como de “caráter episódico e planejado” e tem o objetivo de apoiar na gestão prisional, treinamento e capacitação, conforme o que determina a portaria assinada pelo ministro Ricardo Lewandowski.

Segundo o documento, o apoio logístico e a supervisão dos órgãos de administração penitenciária e de segurança pública ocorrerão de acordo com o convênio de cooperação firmado entre as partes, durante a vigência da portaria.

O número de profissionais que serão disponibilizados ainda será definido pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Tentativa de atentado contra diretor

A portaria foi assinada pelo ministro após um motorista que trabalha no Conjunto Penal de Eunápolis ser baleado enquanto dirigia nas proximidades da unidade prisional, no dia 20 de maio.

Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap), a suspeita inicial aponta que o atentado teria como alvo o diretor Jorge Magno Alves, que não estava no veículo.

A Polícia Civil de Eunápolis detalhou que o crime ocorreu por volta das 17h40, na Avenida Alcides Lacerda, no bairro Arisvaldo Reis. Informações iniciais apontam que cinco homens encapuzados e com roupas camufladas usaram um armamento de grosso calibre, incluindo fuzis 7,62 mm e 5,56 mm, no veículo que geralmente era utilizado pelo gestor do presídio.

A vítima, mesmo ferida, conseguiu dirigir por alguns metros até ser socorrida por policiais militares. Ele foi encaminhado ao hospital, passou por cirurgia e está internado, sem risco de morte.

Testemunhas contaram ainda que após o ataque, os criminosos retornaram ao local e atiraram com um fuzil para o alto. A situação causou pânico nos moradores.

Prisão de suspeitos

Depois do ataque ao carro do motorista do presídio, cerca de 100 policiais das Forças Estaduais e Federais fizeram ações integradas com o objetivo de prender os autores do ataque.

As investigações indicaram que a ação foi coordenada por Ednaldo Pereira Souza, conhecido como “Dada”, chefe da facção criminosa Primeiro Comando de Eunápolis (PCE), atualmente ligada ao Comando Vermelho (CV). Ele foi um dos mandantes da fuga de 16 presos do conjunto penal da cidade, em dezembro de 2024.

Um dos executores do atentado foi identificado como José Rubens Alves de Assis Filho, conhecido como “Rubão”. Ele e a namorada, Letícia Rodrigues, foram presos no dia 21 de maio, na cidade de Itapebi.

No momento da abordagem, ele estava com uma pistola calibre 9mm, dois carregadores e oito munições. O armamento, que pode ter sido foi usado no atentado de terça, foi encaminhado para exame de microcomparação balística com os estojos encontrados no local do crime.

Fuga de 16 presos

Dezesseis detentos do Conjunto Penal de Eunápolis fugiram na noite de 12 de dezembro de 2024, após um grupo de homens armados invadir o local e trocar tiros com os seguranças.

Após a fuga, diretores e coordenador da unidade penal foram afastados e a Seap determinou intervenção de 30 dias no local.

Em 16 de janeiro deste ano, um dos 16 presos morreu após uma troca de tiros com policiais civis. Outros 15 detentos seguem foragidos.

Uma semana depois, a ex-diretora da unidade, Joneuma Silva Neres, foi presa por suspeita de facilitar a fuga. As investigações apontaram que ela também tinha ligação com uma organização criminosa da cidade.

De acordo com a Seap, o episódio do dia 12 de dezembro foi o primeiro registrado no estado em que um presídio foi invadido desse modo. Na ação, oito homens trocaram tiros com agentes de segurança e facilitaram a fuga dos internos, segundo as investigações.

objetivo do grupo era libertar Edinaldo Pereira Souza, o “Dadá”, apontado como chefe da facção criminosa Primeiro Comando de Eunápolis (PCE). Os outros 15 foragidos também integram a organização, segundo a polícia.

Quem são os fugitivos?

As identidades dos 16 fugitivos foram confirmadas pela Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização. São eles:

  1. Ednaldo Pereira Souza, conhecido como Dadá (chefe da facção criminosa Primeiro Comando de Eunápolis);
  2. Sirlon Risério Dias Silva, conhecido como Saguin (sub líder da facção criminosa Primeiro Comando de Eunápolis);
  3. Rubens Lourenço dos Santos, conhecido como Binho Zoião (da facção criminosa Primeiro Comando de Eunápolis);
  4. Altieri Amaral de Araújo, conhecido como Leleu (sub líder da facção criminosa Primeiro Comando de Eunápolis);
  5. Mateus de Amaral Oliveira;
  6. Geifson de Jesus Souza;
  7. Anderson de Oliveira Lima;
  8. Anailton Souza Santos (morto em janeiro deste ano);
  9. Fernandes Pereira Queiroz;
  10. Giliard da Silva Moura;
  11. Valtinei dos Santos Lima;
  12. Romildo Pereira dos Santos;
  13. Thiago Almeida Ribeiro;
  14. Idário Silva Dias;
  15. Isaac Silva Ferreira;
  16. William Ferreira Miranda.