Desvio da BR-101, se torna ponto crítico após chuvas e motoristas enfrentam atolamentos
As fortes chuvas que atingem o extremo sul da Bahia nas últimas semanas transformaram o desvio da BR-101, na altura do distrito de Santa Maria Eterna, em Belmonte, em um verdadeiro pesadelo para motoristas. O trecho, que serve como rota provisória desde a interdição da ponte sobre o Rio Jequitinhonha, está praticamente intransitável devido ao acúmulo de lama, buracos e alagamentos.
Vídeos e relatos compartilhados por caminhoneiros e passageiros mostram a gravidade da situação: veículos atolados, filas quilométricas e tratores sendo utilizados para rebocar caminhões e ônibus. “Ficamos horas parados, atolados na lama. É um sofrimento diário para quem depende dessa estrada para trabalhar”, desabafou um motorista que trafega constantemente pelo trecho.
O desvio foi implantado como rota alternativa após o fechamento da ponte sobre o Rio Jequitinhonha, no km 661,72 da BR-101, interditada em maio deste ano para a construção de uma nova estrutura. A obra, conduzida pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e pelo Ministério dos Transportes, prevê investimento de R$ 104,7 milhões e deve entregar uma ponte moderna, com 510 metros de extensão e pistas duplicadas, até 2026.
Enquanto a nova ponte não é concluída, o desvio se tornou o principal gargalo logístico entre o sul e o extremo sul da Bahia. O Governo do Estado havia anunciado serviços de cascalhamento e reforço na via provisória para garantir o tráfego durante o período das obras, mas, com as chuvas recentes, o trecho se deteriorou rapidamente.
Além dos prejuízos econômicos causados por atrasos no transporte de cargas e passageiros, o cenário também gera preocupação com a segurança dos condutores. A recomendação das autoridades é que os motoristas evitem transitar durante períodos de chuva intensa e redobrem a atenção ao atravessar o trecho.
Sem prazo definido para a recuperação emergencial do desvio, a expectativa é que a normalização do tráfego na região só ocorra após a conclusão da nova ponte sobre o Rio Jequitinhonha — prevista para o próximo ano. Até lá, os motoristas seguem enfrentando lama, atolamentos e muita paciência para cruzar o caminho entre o extremo sul e o sul da Bahia.