Descubra se você é empático

Nessa semana tive a oportunidade de conversar com um amigo, que já foi meu colega de trabalho e é um leitor assíduo da minha coluna, o Fernando de Souza. Ele me forneceu um feedback valioso sobre os meus textos, e ao fazê-lo demonstrou grande capacidade de empatia.

Muitas pessoas confundem essa pequena palavra, que contém em si um significado sublime e um desafio real para cada um de nós. Contudo, vamos primeiro trabalhar com outras palavras de modo a formular da melhor forma possível o conceito, e você, caro leitor, poderá descobrir se faz empatia ou não.

Simpatia não é empatia, muitas pessoas confundem porque a sonoridade é bem parecida. Consoante com o dicionário Houaiss (2009) a palavra simpatia significa afinidade, impressão agradável. Pessoas que têm carisma geralmente demostram simpatia, elas conquistam outras pessoas. Você pode ser um cidadão bem simpático, ou conhecer milhares de outros que têm um jeito de ser cativante, perante seu ponto de vista.

Antipatia também não é empatia. A antipatia é uma aversão espontânea e irracional. Muitas vezes corremos o risco de considerar antipáticas pessoas que nem conhecemos. Já ouvi muito expressões do tipo: “eu não vou com a cara daquela pessoa, acho-a muito antipática”. Quando cedemos a esse impulso e repulsamos pessoas sem conhecê-las, perdemos a chance de descobrir grandes seres humanos. Faz-se mister colocar aqui o cuidado que devemos ter com as primeiras impressões, não é inteligente deixá-las permanecer, sem de fato, buscar conhecer os outros em profundidade.

Chegamos ao conceito em trabalho: Empatia! Novamente vamos acionar o Houaiss: Processo de identificação em que o indivíduo se coloca no lugar do outro e, com base em suas próprias suposições ou impressões, tenta compreender o comportamento do outro.

Ser empático é ter uma capacidade profunda de escuta e análise, de modo a conseguir se imaginar no lugar do outro, em determinadas situações, vendo, ouvindo e sentindo como se fosse a outra pessoa. As grandes perguntas para testar nossa capacidade de empatia poderiam ser: E se essa situação fosse comigo, como estaria me sentindo? E se eu estivesse no mesmo contexto dessa pessoa: social, afetivo, físico, moral?

Pessoas empáticas não são aquelas “bobas” que acreditam em tudo, aceitam tudo, simplesmente porque conseguem se colocar (imaginar) no lugar das outras, muito pelo contrário. Pessoas empáticas são sensíveis, analíticas e atentas no ponto certo, elas são peritas em compreender pessoas e contextos. Quem compreende melhor, tem chance de tomar as melhores decisões na vida.

O local de trabalho é propício para afinarmos nossa capacidade de fazer empatia. Também pode ser propício para fazer algumas amizades que nunca morrerão, portanto aproveito para mandar um abraço para todos os meus amigos dos mais variados ambientes em que trabalho, pessoas que com sua empatia e força me inspiraram a ser uma profissional melhor.

É comum escutarmos que estamos na era do conhecimento; melhor seria vivenciar a era da aprendizagem, como mencionou minha aluna Nágila Alves, na aula de ontem. Porquanto para ser um constante aprendiz precisamos desconstruir e reconstruir muitos conceitos, assim como para fazermos empatia, precisamos ter a imparcialidade que destrói nosso orgulho e nos possibilita perceber a vida de variados ângulos. E agora me conta, após ler o texto, você consegue fazer empatia?

REFERÊNCIA

HOUAISS, Antônio; VILAR Mauro de Salles. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009.