Teixeira
de freitas

Conheça o “Espaço Cultural da Paz”

13/05/2011 - 05h06Por: Sulbahianews/Raíssa Félix

Há cerca de 20 anos o “Espaço Cultural da Paz” foi inaugurado em Teixeira de Freitas, por Zé da Baiana que, juntamente com sua esposa, o fundou com “o objetivo de ser um espaço alternativo, aberto à arte, cultura e educação, com foco na cidadania, nos direitos humanos e com a premissa básica de que a gente acredita no poder transformador da cultura”, conforme o mesmo relatou.

Cerca de 500 crianças e adolescentes frequentam o Espaço Cultural da Paz e, ao longo do ano, participam das vários cursos oferecidos, como teatro, desenho e criatividade, flauta, violão, informática básica, história e construção de texto, leitura e redação, história da cultura brasileira, desenho e pintura em tela, dança, xadrez, pirogravura, entre outros.

O espaço subsiste através de doações, parcerias e convênios com entidades públicas e privadas e pelo voluntariado, graças a alguns profissionais que se disponibilizam a ministrar os cursos e dar apoio ao centro.

“O Estado brasileiro não tem um olhar para a cultura. Aqui mesmo em Teixeira de Freitas, como é a tônica do país, há a ‘Secretaria de Educação, Esporte, Lazer, Turismo e Cultura’; a cultura está na ponta da cadeia produtiva”, lamentou Zé da Baiana, referindo-se à falta de prioridade do poder público em relação às questões culturais.

Zé da Baiana conta que o espaço cultural inaugurará sua biblioteca em breve e que praticamente toda a infraestrutura foi doada pelo exterior, através da Embaixada do Canadá.

O espaço está localizado no bairro São Lourenço, um dos mais populosos da cidade, quando questionado se o centro tem conseguido cumprir seu papel, Zé fala: “Nós somos um pingo d’água; o projeto do espaço é a cidadania, e se ele não tivesse dado certo, não estaríamos aqui há 20 anos”, ele ainda complementa dizendo que “cada criança ou adolescente que entra, faz um curso, faz outro e acaba ficando aqui dentro, essa a rua perdeu. Cada criança que é ganha pela cultura, é uma a menos se envolvendo com a violência, com o tráfico”.

Zé da Baiana é enfático ao dizer que “o papel transformador da cultura existe de fato, basta as autoridades, quem tem possibilidade de poder, de decisão política falar ‘não, nós vamos mudar, vamos fazer alguma coisa’”.

“Eu não tenho medo de dizer que nós não somos diferentes, é porque a gente acredita que a cultura tem esse poder transformador. Quem achar que a sociedade não tem caminho, tenha esse olhar, faça esse olhar pelo lado da cultura. A gente acredita no que faz porque todo dia tem a comprovação que esse trabalho tem dado certo”, finalizou Zé da Baiana.