Cemitério loteado no Centro de Teixeira, 1ª eleição e cinema sem energia: Série Documental apresenta curiosidades da cidade que você ainda não sabia

O sétimo episódio da série documental Ateliê Memória – De volta à história de Teixeira de Freitas, traz algumas das mais curiosas e pouco conhecidas histórias do município. A produção mergulha no passado para revelar detalhes marcantes que ajudam a compor a identidade cultural da cidade, com destaque para personagens e episódios que resistiram apenas na memória de seus antigos moradores.
Quem conduz parte dessa viagem no tempo é Domingos Cajueiro Correia, primeiro policial rodoviário federal da cidade e filho de Isael de Freitas Correia, um dos pioneiros de Teixeira de Freitas. Domingos compartilha relatos herdados do pai, falecido aos 95 anos, misturando história oral e lembranças pessoais para preservar o legado de quem ajudou a erguer a cidade.
Entre as histórias reveladas, chama a atenção o destino do primeiro cemitério da cidade, que ficava localizado na atual Avenida Afonso Pena. Com a expansão do povoado, o local foi soterrado e loteado, e hoje, boa parte da área central de Teixeira de Freitas está literalmente construída sobre os ossos dos primeiros moradores.
Outro episódio que desperta a curiosidade é o da represa do Clube Jacarandá, implodida em 1991. Segundo relatos, o local era temido por abrigar restos mortais e ser possível ponto de desova de corpos. A lenda urbana se espalhou com o tempo, alimentada por histórias de ossadas encontradas após a explosão.
A política também marca presença no episódio, com a primeira eleição para prefeito sendo lembrada como um evento tão acalorado que foi necessário convocar o Exército para conter os ânimos exaltados de eleitores e militantes.
O documentário também destaca as origens do comércio local. A primeira feira da cidade aconteceu na tradicional Praça dos Leões, passando depois para a Praça da Bíblia e, finalmente, para o atual “Mercadão”. O atual mercado municipal só foi construído após um incêndio criminoso destruir a feira da Pausoeira, na década de 1980, episódio que também deixou marcas na memória da população.
Fechando a lista de curiosidades, o documentário resgata a história do primeiro cinema da cidade, o Cine Elisabete, de propriedade do Sr. José Militão Guerra. O cinema funcionava com gerador próprio e, devido às quedas constantes de energia, era comum o público voltar no dia seguinte para assistir ao restante do filme.
Com riqueza de detalhes e depoimentos emocionantes, o novo episódio de Ateliê Memória reforça a importância de preservar a história local e valorizar os relatos que ajudam a entender o presente à luz do passado.