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Baianos mortos em operação no Rio atuavam em cidades do Extremo Sul; veja a lista

Pelo menos cinco dos doze baianos mortos durante a megaoperação policial nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, tinham atuação direta no Extremo Sul da Bahia. Entre eles, estavam nomes conhecidos das forças de segurança da região, apontados como lideranças e executores do tráfico de drogas ligados à facção Comando Vermelho (CV).
Entre os identificados com ligações na região estão Rubens Lourenço dos Santos, o “Binho Zoião” ou “BZO”, considerado um dos chefes do CV no Extremo Sul; Jônatas Ferreira Santos, o “Grande” ou “Visão”, liderança no tráfico em Eunápolis e cidades vizinhas; Welington Santos de Jesus, o “WL”, de 21 anos, apontado como executor do grupo na região; Emerson Pereira Solidade, o “Pity”, responsável pelo abastecimento de drogas e armas entre Bahia, Minas Gerais e Rio; e Bruno Almeida de Oliveira, o “Boquita”, de Guaratinga, com mandados de prisão em Eunápolis por tráfico e posse ilegal de armas.
Esses nomes figuravam há anos nos registros policiais baianos e mantinham conexões interestaduais com o crime organizado, especialmente no eixo Bahia–Espírito Santo–Rio de Janeiro, segundo investigações.
Corpo de Tarcísio chega à Bahia
O corpo de Tarcísio da Silva Carvalho, de 30 anos, também morto na operação, chegou a Ilhéus, no Sul da Bahia, na manhã desta segunda-feira, 3. Natural de Uruçuca, ele foi identificado entre os mortos e teve o corpo transportado em voo comercial até o Aeroporto Jorge Amado. O sepultamento estava previsto para ocorrer ainda nesta segunda-feira, em cerimônia reservada à família.
Tarcísio possuía extensa ficha criminal, com passagens por roubo, tráfico e homicídio, e atuava em Uruçuca, Arataca, Ilhéus e Buerarema. De acordo com a polícia, ele havia migrado nos últimos anos para o Sudeste, onde fortaleceu laços com facções cariocas, sendo considerado um dos articuladores do CV entre Bahia e Rio de Janeiro.
Megaoperação é considerada a mais letal da história do país
A operação, deflagrada no último dia 28 de outubro pela Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro (SSP/RJ), teve como objetivo desarticular lideranças interestaduais do tráfico ligadas ao Comando Vermelho. A ação resultou em 121 mortes, incluindo quatro policiais, além de dezenas de prisões e apreensões de armas e drogas.
Segundo a SSP/RJ, 43 dos mortos tinham mandados de prisão em aberto, e 97 possuíam histórico criminal. Outros 17 não apresentavam antecedentes, mas 12 mostravam indícios de ligação com o tráfico. A polícia afirmou ainda que publicações em redes sociais indicavam o envolvimento dos suspeitos com facções criminosas.
O número de mortos superou o massacre do Carandiru, ocorrido em 1992, quando 111 detentos foram mortos em São Paulo, tornando esta a operação mais letal da história do Brasil.
Entre os 62 mortos vindos de outros estados, havia 19 do Pará, 12 da Bahia, 9 do Amazonas, 9 de Goiás, 4 do Ceará, 3 do Espírito Santo, 2 da Paraíba e 1 de cada um dos seguintes: Maranhão, Mato Grosso, São Paulo e Distrito Federal.
Os 12 baianos mortos na operação
Bruno Almeida de Oliveira, vulgo “Boquita”, de Guaratinga – tráfico e posse ilegal de armas; mandados em Eunápolis.
Welington Santos de Jesus, vulgo “WL”, 21 anos, do Extremo Sul – executor do CV em Eunápolis, investigado por homicídios e conexões com o Espírito Santo.
Rubens Lourenço dos Santos, “Binho Zoião” ou “BZO”, de Ibirataia – chefão do CV no Extremo Sul, envolvido em fuga de presos e atentados.
Jônatas Ferreira Santos, “Grande” ou “Visão”, do Extremo Sul – liderança do CV no tráfico em Eunápolis e região.
Emerson Pereira Solidade, “Pity”, do Extremo Sul – responsável pelo abastecimento de drogas e armas entre Bahia, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
William dos Santos Barbosa, de Feira de Santana – histórico de homicídio e porte de drogas.
Diogo Garcez Santos Silva, “DG”, de Feira de Santana – liderança do CV baiano no Rio.
Ricardo Aquino dos Santos, de Feira de Santana – envolvimento em organização criminosa e homicídios.
Luiz Carlos de Jesus Andrade, “Zóio” ou “Escobar”, de Feira de Santana – mandados até 2044 por homicídio, tráfico e porte ilegal de armas.
Danilo Ferreira do Amor de Divino, “Mazola”, de Feira de Santana.


