Bahia
Bahia: Secagem de cacau em estufas plásticas, uma novidade
Tradicionalmente o cacau da Bahia é seco ao sol sobre um lastro de madeira, em barcaças. Contudo, em épocas de muita chuva utilizam-se secadores cuja matéria prima para produzir calor é a lenha. Aliás, é uma imagem comum na região cacaueira verificar amontoados de lenha nas fazendas e em dias de chuva, a fumaça saindo das chaminés dos secadores.
A secagem a lenha tem dois inconvenientes. O primeiro é o cheiro de fumaça que fica incorporado na amêndoa. A amêndoa por ter alto teor de gordura absorve a fumaça e fica com cheiro desagradável, reduzindo a qualidade do produto e trazendo uma imagem negativa para o cacau produzido na Bahia. Essa imagem negativa do cacau da Bahia precisa ser combatida com políticas públicas. Obviamente, será preciso encontrar saídas mais modernas para os produtores.
O segundo problema é o uso de grande quantidade de lenha, originária de arvores ou galhos das cabrucas ou de remanescentes da Mata Atlântica.
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Segundo Dário Ahnert, Prof. da UESC e Presidente do Instituto Cabruca, cada agricultor deve utilizar cerca de um metro cúbico de madeira por ano para secagem do cacau. Considerando que a região possui cerca de 32.000 produtores, seriam 32.000 metros cúbicos de madeira/ano.
Para modificar este quadro o Instituto Cabruca vem tentando alternativas juntamente com outros instituições e pesquisadores para mudar este processo de secagem. Uma opção é a secagem em estufas a semelhança do que é feito com café. Tomando a dianteira no processo, o produtor Clovis Lopes de Aquino Junior do município de Itamarati – BA, construiu uma estufa solar para Cacau, que segundo ele tem dado excelentes resultados.
O senhor Clovis Lopes relata que em fevereiro de 2007, visitou uma fazenda de café em Vitoria da Conquista – BA e conheceu uma estufa solar que era utilizada na secagem do café e que poderia ser adaptada para a secagem do cacau. Assim construiu uma com a metragem de 8 de largura por 25 m de comprimento totalizando 200 m² e com a capacidade de secagem de 100 a 120@de cacau no período de 5 a 7 dias, mesmo no inverno.
Outras de menor porte também foram construídas. Os detalhes da construção e a forma correta da secagem podem ser vistos com o produtor, que já possui bastante experiência no assunto.
Considerando que nos dias de hoje a qualidade do cacau é fator decisivo para obter melhores preços e que a cada dia existem restrições quanto à queima de madeira devido ao quecimento global, iniciativas e inovações como esta necessitam ser mais bem estudadas e difundidas aos produtores. Espera-se que em breve a imagem de uma estufa para secar cacau seja incorporada a paisagem das fazendas de cacau da região.
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