Audiência pública em Ibirapuã discute certificação da Caravelas Florestal
Foi realizada na noite de quarta-feira, 24 de abril, na sede da Secretaria Municipal de Assistência Social, audiência pública para discutir a certificação florestal da empresa Caravelas Florestal S.A. O evento contou com a presença de diversas autoridades políticas e pessoas ligadas a setores ambientais, entre elas, estavam o secretário de Meio Ambiente e Agropecuária de Ibirapuã, Pedro Rocha; o secretário de Meio Ambiente de Mucuri; Orlando Oliveira, o “Kaká”; o prefeito de Ibirapuã, Rildo Andrade; vários vereadores do município; o presidente da Fundação Padre José Koopmans, João Luiz; a auditora da Bureau Veritas Certification, Juliana Bueno Colpas, e populares interessados no assunto.
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Juliana Bueno Colpas, auditora da Bureau Veritas Certification
Durante a palestra proferida por Juliana Bueno, houve vários questionamentos sobre a maneira como as empresas de eucalipto exploram a região, alegando que elas têm destruído as vias asfaltadas e vicinais, destruindo córregos com o plantio perto de nascentes, plantando eucalipto praticamente dentro das cidades, não respeitando sequer a distância necessária para manter a segurança no que tange à rede elétrica, deixando o município, por vezes, sem luz, quando árvores de eucalipto caem sobre postes.
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Rildo Andrade, prefeito de Ibirapuã reclamou de descasos das empresas de celulose
Dentre as queixas contra as empresas de eucalipto, chamou atenção a do prefeito Rildo Andrade, que disse que o município de Ibirapuã tem sido vítima do descaso das empresas de celulose, que além de destruir as estradas, têm promovido o fim dos rios. Ele também citou o êxodo rural que provocaram quando de suas implantações no Extremo Sul, comprando terras por preço de ouro, fazendo com que os proprietários rurais viessem para a cidade, levando os produtos produzidos na zona rural a praticamente serem extintos, ou, terem seus preços extremamente elevados.
As pessoas ligadas ao meio ambiente afirmam que durante o processo de implantação as empresas cumprem tudo que é pedido pela legislação, porém, depois de instaladas, negligenciam suas obrigações, prejudicando a comunidade.
A audiência é o primeiro passo para certificação florestal da empresa, após a audiência serão feitas outras visitas com a finalidade de certificar que ela está cumprindo todos os pré-requisitos. Caso não se encaixe em algum, ela não terá a certificação necessária para o seu funcionamento.
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Segundo Juliana, os questionamentos apresentados durante a audiência são todos importantes, porque mesmo a empresa tendo permissão para funcionar, não significa que ela não poderá sofrer uma nova auditoria. Caso haja alguma denúncia, a Bureau poderá fazer uma auditoria surpresa, e, se comprovar alguma irregularidade, a certificação florestal poderá ser cancelada.
Uma das principais empresas do setor de celulose, ao ser questionada sobre as críticas feitas ao setor durante a audiência, afirmou que “a Fibria entende que uma audiência pública propicia o diálogo e a expressão de diferentes pensamentos. A empresa, que adota os mais altos padrões de governança e cujas operações respeitam as legislações em vigor, inclusive, no que diz respeito à proteção ao meio ambiente, respeita a opinião das pessoas”. Eles destacaram, ainda, por meio de sua assessoria de comunicação, que a audiência pública em questão não foi sobre as operações da Fibria, sim, da Caravelas Florestal, numa forma de desassociar sua imagem a tais críticas.