Ibirapuã

Audiência pública em Ibirapuã discute certificação da Caravelas Florestal

27/04/2013 - 11h31Por: Sulbahianews

Foi realizada na noite de quarta-feira, 24 de abril, na sede da Secretaria Municipal de Assistência Social, audiência pública para discutir a certificação florestal da empresa Caravelas Florestal S.A. O evento contou com a presença de diversas autoridades políticas e pessoas ligadas a setores ambientais, entre elas, estavam o secretário de Meio Ambiente e Agropecuária de Ibirapuã, Pedro Rocha; o secretário de Meio Ambiente de Mucuri; Orlando Oliveira, o “Kaká”; o prefeito de Ibirapuã, Rildo Andrade; vários vereadores do município; o presidente da Fundação Padre José Koopmans, João Luiz; a auditora da Bureau Veritas Certification, Juliana Bueno Colpas, e populares interessados no assunto.

Juliana Bueno Colpas, auditora da Bureau Veritas Certification

Durante a palestra proferida por Juliana Bueno, houve vários questionamentos sobre a maneira como as empresas de eucalipto exploram a região, alegando que elas têm destruído as vias asfaltadas e vicinais, destruindo córregos com o plantio perto de nascentes, plantando eucalipto praticamente dentro das cidades, não respeitando sequer a distância necessária para manter a segurança no que tange à rede elétrica, deixando o município, por vezes, sem luz, quando árvores de eucalipto caem sobre postes.

Rildo Andrade, prefeito de Ibirapuã reclamou de descasos das empresas de celulose

Dentre as queixas contra as empresas de eucalipto, chamou atenção a do prefeito Rildo Andrade, que disse que o município de Ibirapuã tem sido vítima do descaso das empresas de celulose, que além de destruir as estradas, têm promovido o fim dos rios. Ele também citou o êxodo rural que provocaram quando de suas implantações no Extremo Sul, comprando terras por preço de ouro, fazendo com que os proprietários rurais viessem para a cidade, levando os produtos produzidos na zona rural a praticamente serem extintos, ou, terem seus preços extremamente elevados.

As pessoas ligadas ao meio ambiente afirmam que durante o processo de implantação as empresas cumprem tudo que é pedido pela legislação, porém, depois de instaladas, negligenciam suas obrigações, prejudicando a comunidade.

A audiência é o primeiro passo para certificação florestal da empresa, após a audiência serão feitas outras visitas com a finalidade de certificar que ela está cumprindo todos os pré-requisitos. Caso não se encaixe em algum, ela não terá a certificação necessária para o seu funcionamento.

Segundo Juliana, os questionamentos apresentados durante a audiência são todos importantes, porque mesmo a empresa tendo permissão para funcionar, não significa que ela não poderá sofrer uma nova auditoria. Caso haja alguma denúncia, a Bureau poderá fazer uma auditoria surpresa, e, se comprovar alguma irregularidade, a certificação florestal poderá ser cancelada.

Uma das principais empresas do setor de celulose, ao ser questionada sobre as críticas feitas ao setor durante a audiência, afirmou que “a Fibria entende que uma audiência pública propicia o diálogo e a expressão de diferentes pensamentos. A empresa, que adota os mais altos padrões de governança e cujas operações respeitam as legislações em vigor, inclusive, no que diz respeito à proteção ao meio ambiente, respeita a opinião das pessoas”. Eles destacaram, ainda, por meio de sua assessoria de comunicação, que a audiência pública em questão não foi sobre as operações da Fibria, sim, da Caravelas Florestal, numa forma de desassociar sua imagem a tais críticas.


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