Violência

Após 20 anos foragido, acusado de matar por dívida é preso em Teixeira

31/07/2025 - 11h24Por: Edvaldo Alves/Liberdadenews

Um crime brutal que aguardava por justiça há quase duas décadas finalmente teve um desfecho. Miguel Monteiro da Cruz, acusado de assassinar Joaquim Barbosa dos Santos em 2003, foi preso na última terça-feira, 30 de julho de 2025, em uma reviravolta que mostra que o braço da lei, ainda que demore, alcança os que tentam escapar de suas responsabilidades.

A prisão ocorreu quando Miguel, hoje com 65 anos, procurou auxílio médico no Hospital Estadual Costa das Baleias. Mal sabia ele que um mandado de prisão preventiva, expedido pela Vara Criminal de Medeiros Neto desde a época do crime, ainda estava em aberto e aguardava pacientemente por seu cumprimento.

O Crime: brutalidade por uma dívida

O assassinato de Joaquim Barbosa dos Santos, ocorrido em 2 de junho de 2003, na localidade de Água Limpa, zona rural de Medeiros Neto, chocou pela sua covardia e motivação fútil. Conforme os autos do processo, Miguel Monteiro da Cruz matou Joaquim para não pagar uma dívida referente à compra de madeiras.

A vítima, na tentativa de receber o que lhe era devido, foi ao encontro de Miguel. No local, em vez de um acordo, encontrou a morte. Foi brutalmente agredido com múltiplos golpes de facão na cabeça, que causaram ferimentos tão graves que, mesmo socorrido, Joaquim não resistiu e veio a óbito. O laudo cadavérico da época confirmou a causa da morte como “traumatismo cranioencefálico” provocado por “instrumento corto-contundente”.

A fuga e a captura

Desde o dia do crime, Miguel Monteiro da Cruz fugiu e permaneceu foragido. O processo judicial, iniciado em 2005, correu à sua revelia. Citações por edital foram publicadas e a prisão preventiva foi decretada para garantir a aplicação da lei penal, mas o acusado nunca havia sido encontrado.

Por mais de 20 anos, ele conseguiu se manter fora do radar da justiça. No entanto, o destino preparou um roteiro irônico para sua captura. Ao sentir-se mal e precisar de cuidados médicos, foi justamente no sistema público que seu nome foi verificado e o mandado de prisão em aberto, descoberto.

A ação da polícia foi imediata. O homem que tirou a vida de outro por uma dívida e que viveu duas décadas como um fantasma para a justiça, foi finalmente detido e agora responderá pelo crime de homicídio qualificado por motivo fútil, que dificultou a defesa da vítima. A família de Joaquim Barbosa dos Santos pode, enfim, ver o início da conclusão de um capítulo de dor e impunidade que durou tempo demais.