Direita teixeirense reage à prisão de Jair Bolsonaro; o que está em jogo?
A prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ocorrida na manhã deste sábado (22), repercutiu entre apoiadores de direita em Teixeira de Freitas. Bolsonaro foi detido em sua casa e conduzido à sede da Polícia Federal, em Brasília, onde permanece custodiado. Ele deve participar de uma audiência de custódia neste domingo, 23.
Nas redes sociais, bolsonaristas e figuras alinhadas ao ex-presidente demonstraram indignação com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). No final da tarde, um grupo de caminhoneiros realizou um buzinaço na Avenida Getúlio Vargas, em protesto contra a medida.
Entre os nomes que se manifestaram está o coronel França, ex-candidato a prefeito em Teixeira de Freitas com apoio de Bolsonaro na última eleição municipal. Em publicações nas redes sociais, ele classificou o momento como um risco para a democracia e defendeu o ex-presidente.
“Aqueles que ainda não entenderam o propósito precisam, ao menos, compreender o tamanho do risco que estamos vivendo. O que está em jogo não é um nome, é a liberdade de uma nação inteira”, escreveu França, ao publicar uma foto ao lado de Bolsonaro.
Em outro vídeo, ele reforçou a defesa ao ex-presidente e afirmou que Bolsonaro estaria sendo alvo por “desafiar o sistema”.
Segundo sua fala:
“Dos seis últimos presidentes, quatro foram presos. Mas só um não foi por corrupção: Jair Bolsonaro. Bolsonaro não desviou dinheiro, não recebeu propina e não usou o Estado para benefício pessoal. Está preso por desafiar o sistema, por contrariar a imprensa e por despertar milhões de brasileiros. Acusado de ‘golpe’ mesmo tendo passado o poder pacificamente — e com ministro do STF dizendo que não há provas. Não é sobre um nome. É sobre a liberdade de uma nação.”
Entenda a prisão de Jair Bolsonaro
A prisão do ex-presidente é preventiva — ou seja, não possui prazo definido — e foi solicitada pela Polícia Federal ao Supremo Tribunal Federal. A Procuradoria-Geral da República concordou com o pedido.
A ordem foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, que apontou risco à ordem pública e suspeitas de que Bolsonaro estaria preparando uma fuga. O ex-presidente já estava em prisão domiciliar desde 4 de agosto, sujeito a monitoramento eletrônico e outras restrições, por supostas tentativas de interferir em investigações em andamento.
No início de setembro, Bolsonaro foi condenado por tentativa de golpe de Estado, recebendo pena de 27 anos e 3 meses de prisão. No entanto, a detenção deste sábado não se refere ao cumprimento dessa pena, já que ainda há recursos pendentes. Após o trânsito em julgado, Bolsonaro poderá ser encaminhado a um presídio para início do cumprimento da sentença.