Violência

Medeiros Neto: Ameaças por som apreendido causam infarto e morte de idosa; autor é preso em flagrante

22/11/2025 - 07h58Por: Lenio Cidreira/Liberdadenews

Uma idosa de 75 anos, Maria Edi Alves e Silva, faleceu na madrugada desta sexta-feira, 21 de novembro, após sofrer um infarto dentro de sua residência no bairro São Bernardo, em Medeiros Neto. O ataque cardíaco ocorreu minutos depois de ela ser alvo de uma série de ameaças e ofensas proferidas por um vizinho, revoltado pela apreensão de seu aparelho de som pela Polícia Militar.

O fato teve início por volta das 2h30 da madrugada, na Rua Rhomero de Souza Santos, nº 56. Uma guarnição da PM foi ao local para atender uma ocorrência de perturbação do sossego. Diante da recusa do morador, Gustavo Souza Santos, 28 anos, em baixar o volume, os policiais apreenderam o equipamento.

Após a saída dos PMs, o suspeito dirigiu-se à vizinha, Maria Edi, e passou a proferir ameaças. De acordo com o Boletim de Ocorrência e o relato de testemunhas, ele disse que a idosa “pagaria pelo som apreendido” e afirmou que “mataria ela aos poucos”. A vítima, visivelmente abalada, começou a passar mal. Mesmo diante da reação da senhora, o autor continuou a hostilizá-la, repetindo frases como “agora morre, agora morre”.

Minutos depois, Maria Edi sofreu um infarto e morreu no local. Sua filha, Maria Aparecida, que presenciou toda a sequência de eventos, acionou novamente a Polícia Militar.

Ao retornar, a guarnição constatou o óbito e, identificando indícios de nexo causal entre as ameaças e a morte súbita da idosa, prendeu Gustavo. No momento da abordagem, o suspeito encontrava-se visivelmente embriagado e resistiu à prisão, sendo necessário o uso proporcional da força pela PM. Ele sofreu lesões e foi levado para atendimento médico antes de ser conduzido à 1ª Delegacia Territorial de Teixeira de Freitas.

O delegado plantonista, Gean Carlos do Nascimento, autuou Gustavo Souza Santos em flagrante pelo crime de homicídio culposo (artigo 121, § 3º do CP), entendendo que sua conduta imprudente – as ameaças reiteradas – teria contribuído diretamente para o desfecho fatal. O suspeito permanece custodiado à disposição da Justiça.