“Bola de fogo” cruza o céu e intriga moradores do extremo Sul; entenda o fenômeno
Uma intensa luz no céu, descrita por testemunhas como uma “bola de fogo”, surpreendeu moradores de diversas cidades brasileiras na tarde desta quarta-feira, 14 de maio. O fenômeno pôde ser observado no extremo Sul da Bahia, em cidades de Minas Gerais, no Distrito Federal e em outras regiões do país, despertando curiosidade e especulações nas redes sociais.
De acordo com especialistas, a cena, embora impressionante, tem explicações plausíveis. O astrônomo e pesquisador da Universidade de Brasília (UnB), Adriano Leonês, aponta duas possibilidades principais para o fenômeno: a primeira seria a passagem de um meteoro; a segunda, e mais provável, segundo ele, a reentrada de lixo espacial na atmosfera terrestre.
“Objetos como satélites desativados ou partes de foguetes lançados por agências espaciais, como NASA, Roscosmos e CNSA, podem acabar reentrando na atmosfera e se desintegrando, gerando esse tipo de visual impressionante”, explica Leonês.
A teoria do lixo espacial é reforçada também pelo astrônomo Renato Las Casas, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Segundo ele, a velocidade observada no deslocamento da luz é um indicativo importante para descartar a hipótese de meteoro.
“Pelo fato do objeto estar em baixa velocidade, eu descarto a possibilidade de ser um meteoro. O meteoro vem de longas distâncias e entra na nossa atmosfera em altíssima velocidade. O que vimos foi provavelmente um lixo espacial, que já orbita próximo à Terra”, afirmou Las Casas.
O evento ocorreu poucos dias após a reentrada de um artefato espacial histórico: a sonda soviética Kosmos 482, lançada há 53 anos, voltou à Terra na madrugada do último dia 10. A queda não foi controlada, mas prevista pela NASA e pelo cientista holandês Marco Langbroek, da Universidade Técnica de Delft, na Holanda.
Até o momento, não há confirmação oficial sobre qual objeto teria causado a luz avistada nesta quarta-feira, mas as análises preliminares dos astrônomos reforçam que o céu pode continuar nos surpreendendo — e que o lixo espacial, cada vez mais comum em órbita, também é um protagonista silencioso dessas aparições celestes.