‘Infiltrados’: Ex-prefeita de Prado usa as redes sociais e denuncia invasões de propriedades rurais
A ex-prefeita de Prado e produtora rural, Mayra Brito, utilizou suas redes sociais nesta quinta-feira, 8 de maio, para fazer um apelo às autoridades e manifestar solidariedade aos produtores rurais da região do Extremo Sul da Bahia, onde têm sido registrados novos episódios de invasões de propriedades.
Em tom de desabafo, ela denunciou supostas ações coordenadas por grupos que estariam se aproveitando da situação fundiária da região para tomar posse de fazendas produtivas, especialmente em plena época de colheita do café.
“Não tenho nenhuma intenção política. Falo como cidadã e produtora rural”, afirmou Mayra no vídeo publicado em seu perfil. Ela acusou pessoas que, segundo ela, estariam infiltradas em órgãos federais, estaduais e ambientais de liderarem e patrocinarem invasões a propriedades privadas. “Não são indígenas. São aproveitadores. A FUNAI sabe, o Governo do Estado sabe, o Governo Federal sabe quem são essas lideranças”, declarou.
A ex-prefeita relatou que produtores estão sendo impedidos de colher o café cultivado ao longo do ano, enquanto invasores estariam se apropriando do produto: “Eles entram nas fazendas, colhem o café, secam e saem de lá com as sacas para vender, como se nada estivesse acontecendo”.
A situação denunciada por Mayra ocorre no mesmo período em que a Força Nacional de Segurança Pública foi mobilizada para atuar nas terras indígenas Pataxó e Pataxó Hã Hã Hãe, no Extremo Sul da Bahia. A operação, iniciada em 29 de abril, tem como objetivo garantir a segurança e a ordem pública em apoio à Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), em um cenário de crescente tensão fundiária e presença de grupos ligados ao crime organizado.
Segundo o secretário Nacional de Segurança Pública, Mario Sarrubbo, a presença da Força Nacional é estratégica para a proteção das comunidades indígenas e a contenção dos conflitos na região. “A atuação das equipes demonstra o empenho da Senasp em proteger a população vulnerabilizada e apoiar a Funai no fortalecimento da presença do Estado na área”, destacou.
A operação está sendo coordenada pela Polícia Federal, com apoio logístico da Funai e articulação entre os governos estadual e federal. Por motivos de segurança, o número de agentes envolvidos não foi divulgado.
O cenário atual reforça o histórico de disputas fundiárias no Extremo Sul da Bahia, onde a convivência entre produtores rurais e comunidades indígenas tem sido marcada por tensões e ausência de uma definição clara sobre os limites territoriais. A fala de Mayra Brito evidencia o sentimento de insegurança de uma parcela da população diante de um conflito que envolve direitos constitucionais, terras produtivas e a presença do Estado.