Teixeira 40 Anos: Série documental apresenta as mulheres que ajudaram a ‘nascer uma cidade’
O sexto episódio da série documental Ateliê Memória – De volta à história de Teixeira de Freitas lança luz sobre figuras centrais, mas muitas vezes esquecidas, da história local: as primeiras parteiras que atuaram na região quando ainda era um povoado.
Por meio de relatos repletos de afeto e memória, o episódio convida o público a conhecer o legado de Ana Marcidia Dias, a “Ana de Torquato”, e Maria de Lourdes Cajueiro Correia.
A produção conta com a participação de Domingos Cajueiro Correia, primeiro policial rodoviário federal da cidade e filho de Isael de Freitas Correia, um dos pioneiros do município. Domingos resgata histórias passadas por seu pai, falecido aos 95 anos, e compartilha lembranças que ajudam a compor a identidade cultural de Teixeira de Freitas.
As mulheres que ajudaram a nascer uma cidade

A primeira parteira de Teixeira de Freitas, Ana Marcidia Dias, conhecida como “Ana de Torquato” (13/02/1912 – 21/01/1991), deixou um legado não apenas nos partos que realizou, mas também no apoio à comunidade. Dona de uma grande cisterna, ela fornecia água em potes de barro para os moradores do centro, uma ajuda essencial numa época em que o acesso à água era limitado.
Sua atuação solidária e o cuidado com as gestantes marcaram uma geração e se tornaram parte da memória afetiva do povo teixeirense.
Já Maria de Lourdes Cajueiro Correia (20/08/1929 – 2005), natural de Juerana, distrito de Caravelas, foi parteira e enfermeira popular. Nas décadas de 1960 e 1970, quando ainda não havia médicos nem hospitais na região, ela se tornou referência nos bairros Nova América e Caminho do Mar. Sua presença era sinônimo de cuidado e esperança para as mulheres que não tinham outra opção de atendimento durante o parto.
Um resgate necessário
A série Ateliê Memória tem se destacado por revelar aspectos pouco conhecidos da história de Teixeira de Freitas, valorizando personagens que, apesar de não ocuparem páginas de livros ou manchetes de jornal, foram fundamentais para a construção da cidade. Ao resgatar as trajetórias de Ana de Torquato e Maria de Lourdes, o documentário não apenas homenageia essas mulheres, mas também reforça a importância da memória oral como ferramenta de preservação da história.
Com esse episódio, o projeto mostra que conhecer o passado é essencial para compreender o presente — e que as raízes de Teixeira de Freitas estão profundamente ligadas à coragem e dedicação de mulheres como essas, que ajudaram a trazer ao mundo as primeiras gerações de teixeirenses.