Exclusivo: Pastor Trovão fala pela primeira vez e nega relação com morte de paciente
O Sulbahianews conversou com o terapeuta holístico conhecido como ‘Trovão’, que está sendo investigado pela Polícia Civil de Teixeira de Freitas após o falecimento de Marinho Cardoso dos Santos, ocorrido na última sexta-feira, 9 de agosto.
O idoso, de 82 anos, veio a óbito na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Teixeira de Freitas, após sofrer uma parada cardiorrespiratória. A família de Marinho alega que ele teria falecido depois de ter passado um atendimento no consultório de Terapia Holística, localizado no bairro Ulisses Guimarães.
Segundo Ivani de Jesus, acompanhante de Marinho, Trovão teria administrado medicamentos ao idoso sem o conhecimento e autorização da família. Ela relatou ainda em depoimento à polícia que, ao final da consulta, Marinho “saiu da sala do médico já desnorteado e que o levou para casa, imaginando ser efeito de alguma anestesia.”
Na sexta-feira, Trovão se dirigiu voluntariamente à delegacia antes de ser convocado pelas autoridades policiais e se colocou à disposição para prestar esclarecimentos.
Em seu depoimento à polícia, Trovão relatou que, no dia 7 de agosto, por volta das 14 horas, Marinho foi até sua clínica para receber um tratamento na pele. Para o procedimento, o terapeuta afirmou ter ministrado medicamentos naturais. Ele acrescentou que, antes de qualquer procedimento, a pressão arterial e a glicose de todos os pacientes são aferidas, além de ser feito o monitoramento dos batimentos cardíacos.
Trovão afirmou que Marinho estava bem quando saiu da clínica e que apenas tratou de ferimentos na pele com o uso de óleo de coco, negando qualquer relação entre o tratamento e o óbito.
Procurado pelo Sulbahianews, Trovão disse lamentar profundamente a morte de Marinho e se solidarizou com os familiares. O terapeuta informou que conhecia Marinho desde que tinha 9 anos de idade e que não cobrou pelo atendimento, pois costuma realizar trabalhos sociais nos quais diversas pessoas foram curadas por meio da medicina natural. Ele também negou a administração de qualquer tipo de sedação ou anestesia durante o atendimento a Marinho.
Nesta quarta-feira, 14, o Sulbahianews obteve informações de que o caso permanece sendo investigado. A delegada responsável pelas investigações, Kátia Guimarães, aguarda os laudos dos exames periciais realizados pelo Departamento de Polícia Técnica, que devem apontar a causa do óbito, para então concluir as investigações.
Trovão apresentou à reportagem certificados de cursos que o qualificam para exercer sua atividade profissional na área de terapia. Ele destacou que permanece à disposição das autoridades policiais e que interrompeu temporariamente as atividades devido ao desconforto causado pela situação, fato que agravou seu estado de saúde.
A Reportagem também falou com o advogado de ‘Trovão’, Dr. Paulo Andrade, e segundo ele, é muito prematuro fazer um juízo de valor sem a conclusão do inquérito, pois, “somente após a devida apuração da polícia judiciária, saberemos se de fato a causa do falecimento do Sr. Marinho está relacionada com o tratamento” prestado por seu cliente, “até porque, sabe-se que o Sr. Marinho além da idade avançada, já sofria de algumas complicações, como por exemplo, hipertensão entre outras decorrentes da própria idade”, completa o advogado.
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