Ex-secretário de Saúde Eujácio Dantas diz que a Covid-19 foi ‘politizada’ e defende estratégias mais eficazes
Eujácio Dantas, ex-secretário de saúde de Teixeira de Freitas, em entrevista na última segunda-feira, 1º de março, para a rádio Caraipe FM, 100,5, deu declarações à respeito das políticas adotadas para o enfrentamento da Covid-19 no município.
No programa do radialista Joris de Gel, o ex-secretário afirmou que o Brasil perdeu a chance de aprender as práticas de combate à doença com os outros países. Segundo Eujácio, daria tempo de formar uma estratégia de combate à doença se o Brasil não tivesse “politizado” o vírus, o transformando em ações contra e a favor do presidente, e tornando impraticáveis as políticas de saúde pública.
“Nossa situação é crítica, nós estamos com 100% de ocupação nos leitos de UTI, temos 15 leitos na rede pública, 11 em posição de funcionamento, e todos estão ocupados, e outros 4 estão parados por falta de equipamento”, relata.
Eujácio ainda comentou que Teixeira de Freitas está precisando mandar pacientes para fora, devido a falta de estrutura do município, a taxa de contaminação alarmante têm impedido a oportunidade de manter uma estrutura melhor, e criticou a postura de alguns gestores municipais para o enfrentamento da pandemia.
“O governador tomou uma atitude que com certeza saiu da cabeça dos técnicos da secretária de saúde, recomendando que não liberássemos o feriado de carnaval, parte das cidades não cumpriram, aumentando o número de contaminados e assim tendo um novo toque de recolher, e a classe empresarial, já em dificuldade, não aceitou a decisão”, comenta.
O ex-secretário afirma que para amenizar a situação, é necessário que os poderes públicos, estaduais e municipais, juntamente com as entidades de classes empresariais e de trabalhadores e os profissionais de saude que estão na linha de frente do combate à Covid-19, precisam tomar decisões em consenso, assim elas serão mais efetivas e terão maior possibilidade de serem cumpridas.
Atualmente, Teixeira de Freitas é o 5° colocado no ranking de maior taxa de mortes da Bahia e “nós chegamos a esses dados por falta de gestão, poderíamos a essa altura, ter uma estrutura maior de retaguarda, com mais respiradores e leitos de uti. Nós estamos sendo mal gestores e isso é a nível nacional, está claro e evidente”, finaliza o ex-secretário.
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