Operação

Ex-sócio da Telexfree é preso pela PF; ‘negócio dos sonhos’ virou pesadelo em Teixeira

28/02/2020 - 11h54Por: Sulbahianews

A prisão do empresário Carlos Nataniel Wanzeler, ex-sócio da Telexfree ocorreu no último dia 20 de fevereiro, durante uma operação da Polícia Federal (PF), em Búzios, no Rio de Janeiro.

Ação cumpriu um mandado de prisão pedido ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo governo dos Estados Unidos, onde Carlos é apontado por supostos delitos de fraude eletrônica e transações monetárias de atividade ilegal, crimes que também teriam ocorrido em operações da Telexfree.

Após a prisão, o STF decidiu pelo prazo de 60 dias para que o governo norte-americano faça o pedido formal de extradição do acusado – na última semana, o STF referendou a decisão de 2018 do Ministério da Justiça que decretou a perda da nacionalidade brasileira do empresário.

Prejuízos

Segundo dados apurados pela justiça, pelo menos 2 milhões de pessoas (parte delas de Teixeira de Freitas) esperam há sete anos pela devolução do dinheiro investido no negócio.

Embora em outubro de 2015, a Justiça do Acre tenha obrigado a Telexfree a devolver o dinheiro aos divulgadores, a sentença que ainda condenou a empresa por pirâmide financeira encontra vários empecilhos para ser cumprida. Além dos recursos que tramitam em instâncias superiores, a Telexfree e os donos são alvo de outras medidas de bloqueio de bens, decisões tomadas pela Justiça Federal no Espírito Santo, em processos cautelares criminais e na área tributária.

Divulgadores e União disputam R$ 700 milhões em dinheiro, depositados em contas judiciais, além de recursos milionários que foram aplicados em renda fixa e em fundos de pensão. Estão sequestrados ainda bens, como carros e imóveis.

A Procuradoria da Fazenda, em Vitória, já conseguiu penhorar parte das propriedades e aguarda a tramitação de recursos na Receita Federal para cobrar o restante. Estima-se dívida de R$ 3,5 bilhões em PIS/Cofins, FGTS, INSS, Imposto de Renda e tributos sobre o lucro.

O caso pode demorar dez anos ou até mais para se desenrolar como aconteceu com a Avestruz Master, empresa semelhante à Telexfree, que depois de ter sido fechada em 2004, até hoje não pagou aos associados.

Nova aposta

Mesmo diante dos prejuízos, no fim de 2018, diversos teixeirenses voltaram a investir em um negócio criado pelos mesmos donos da Telexfree, o Pipz – programa de fidelização e acúmulo de pontos que podem ser trocados por produtos.

Dois anos depois, o negócio parece ter estagnado na região, ainda assim, não há registro de perdas de seus investidores, pelo menos em Teixeira de Freitas.


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