Entenda

Nem tudo precisa mudar, mas estejamos atentos ao que precisa

11/12/2017 - 16h15Por: Sulbahianews/Juliana Micheletti

Como as coisas mudam! Como o tempo passa rápido! Estas são frases corriqueiras de se escutar. Hoje, certamente, nós já temos alguma diferença do que éramos ontem, e, mudar para melhor é um dos grandes presentes que nós podemos nos dar, por meio de cada experiência vivida.

Um dia ouvi dizer que experiência não é o que nos aconteceu; experiência é o que fizemos com o que nos aconteceu. Logo, apenas passar por uma vivência não nos transforma, mas pensar sobre, refletir e se determinar a agir diferente são vetores da transformação.

Mudamos constantemente, querendo ou não, nem que seja o nosso corpo, ele passa diversas mudanças de estado ao longo do dia, tais como repouso, movimento, alterações do metabolismo, troca de pele, entre outros.

No entanto, algumas coisas não devem mudar e isto é maravilhoso. Imagine se de repente, alguém resolvesse dar um toque pessoal nos monumentos históricos ou obras de arte, originais, que contam a história da civilização.

Imagine se alguém dissesse “A Mona Lisa original está muito fora de moda, preciso modificar a obra de Leonardo da Vinci para adequá-la à modernidade”. Seria uma lástima. Talvez, outro alucinado pudesse dizer que “está na hora de editar os Evangelhos, porque foram escritos há mais de 2000 anos, estão muito antigos”. Todo cristão sabe o valor da Palavra de Deus, que céus e terra passarão, mas a Palavra Dele não passará (Mt 24,35), continuando viva e atual a cada leitura, sem necessitar de modificações.

Valores morais como a ética; princípios universais como solidariedade e contribuição, os Direitos Humanos… Tem tanta coisa que precisa permanecer. Se nós pararmos para refletir, nos lembraremos de muitas delas. Talvez estejamos cultivando algo que deva durar a vida inteira, dentro do nosso coração.

Nem tudo precisa mudar, mas estejamos atentos ao que precisa, porquanto o apego, queixas, maus hábitos e vícios também podem ser uma lástima. Podemos estar apegados a maus hábitos que destroem a nossa saúde ou a nossa paz de espírito. E, conforme nos ensina Gandhi, precisamos ser a mudança que queremos ver no mundo.

Minha experiência de estudos sobre a Metacognição (RIBEIRO, 2013) mostra que é muito mais fácil exigir a mudança do outro, ou seja, ver os defeitos do outro. E nós mesmos? A metacognição nos ensina que precisamos pensar sobre os nossos próprios pensamentos, com o intuito de gerar comportamentos melhores e novos aprendizados. Frente a este conceito cabe outra reflexão: Será que estamos conscientes das nossas forças, fragilidades e oportunidades de melhoria?

Conhecer o ponto a melhorar é o primeiro passo para uma mudança efetiva. Na sequência, faz-se mister o desprendimento de muita disciplina e foco no resultado esperado. Mudar não é fácil, mas vale muito a pena. Em contraponto, defender valores que devem permanecer também não é fácil, entretanto, é importantíssimo. É, de fato, a vida reflete as nossas escolhas, e, mudar ou permanecer pode ser a chave da nossa felicidade.

Para finalizar, anexo o trecho do texto que muito me fez refletir, foi este trechinho que inspirou a construção deste artigo.

Fraterno abraço!

Queixas podem se tornar um hábito. Tantas pessoas queixam-se durante a vida toda que, muitas vezes já se esquecem dos motivos que originaram as primeiras queixas. Pessoas assim têm a tendência de ser e de viver amarguradas.  Os hábitos, assim como as queixas são criados por nós mesmos. E, dessa forma podemos tanto nos habituar a fazer o bem quanto a fazer o mal. Os hábitos têm a força de se tornarem como se fossem uma segunda pele. Vestimo-los e, na maioria das vezes, nem os percebemos. Agimos como se fossem naturais. Dizer não às queixas, mudar nossos hábitos, abençoar os outros apesar de suas falhas é um excelente caminho para a mudança e para a felicidade (Santa Teresinha do Menino Jesus in Rossi, 2014).

Referências:

RIBEIRO, Célia. Metacognição: um apoio ao processo de aprendizagem. Psicologia: Reflexão e Crítica, Porto Alegre, v. 16, n. 1, p. 109-116, 2003. Disponível em: < https://www.scielo.br/pdf/prc/v16n1/16802.pdf>. Acesso em 10 jan. 2015.

ROSSI, Luiz Alexandre Solano. Nos passos de Santa Teresinha do Menino Jesus. São Paulo: Paulus, 2014.


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Juliana Micheletti é Docente; Coach; Mestra em Educação e Especialista em Desenvolvimento Pessoal e Profissional. Contato: juleal.mi@gmail.com

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