Com esposa na fila do SUS, homem decide pedir esmola para exame particular em Itanhém

Um morador da região conhecida no município de Itanhém como Córrego do 22, procurou a imprensa local para registrar a sua indignação com a administração da prefeita Zulma Pinheiro, especialmente nas áreas da saúde e estrada. Ele disse que vai pedir esmolas se a secretaria da Saúde não continuar o tratamento de sua esposa, suspenso, segundo ele, há quase oito meses.

Manoel Messias Jardim Ferreira é um trabalhador braçal que apoiou a prefeita nas últimas eleições municipais e disse estar arrependido. A mulher dele foi diagnosticada com problema renal e fazia acompanhamento médico, religiosamente, na secretaria da Saúde do município.

“Estamos muito indignados com o trabalho dela [da prefeita]. Eu não dependo de assistência dela em minha casa, mas dependo da estrada e da saúde. Eu era bem acompanhado na gestão passada. Minha mulher nunca ficou sem ser atendida. Agora, já está fazendo oito meses que ela não foi ao médico”, explicou. “Hoje [terça-feira, dia 20] eu estive lá e falei com a secretária que vou ‘caçar’ a Justiça. Aí ela falou assim, ‘todos que vem aqui estão ameaçando nós, dizendo que vão procurar a Justiça”, completou.

Manoel Messias disse que está disposto a pedir esmola se a secretaria não continuar com o tratamento de sua mulher.

“Minha esposa tem problema renal, um rim dela está acabando. O doutor quer acompanhar certinho [para entender] porque está acontecendo esse problema. Na gestão passada todos os exames que foram marcados foram feitos, tudo certinho. E eu disse ‘trabalho o dia de serviço, se vocês não fizerem os exames, eu vou pedir esmolas’. Agora, grampeou e segurou e eu não sei o que vai acontecer. Já fui lá hoje, já falei e não sei o que eles fizeram com os exames. Quero que eles deem conta dos exames, se não vou procurar uma solução”, assegurou.

Indignado, Manoel Messias disse que no período eleitoral a prefeita Zulma Pinheiro prometeu dar assistência às estradas da região onde ele mora e cuidar da saúde daquela comunidade.

“Na política ela foi a nossa região com promessas falsas, dizendo que a gente ia ter boa estrada e boa saúde. Mas, até o momento, nós não estamos vendo trabalho nenhum. A nossa estrada virou buraco, não podemos andar nem de moto. No dia que ela esteve lá, estava chovendo. Pode falar, ela vai saber porque fui eu que levei ela no ponto, onde o carro estava aguardando”, afirmou.